domingo, 10 de maio de 2015

Ministro do Comércio fala em corrupção na campanha de comercialização de caju, dinheiro fora do circuito bancário

Bissau – O ministro do Comércio e Artesanato admitiu esta sexta-feira, 8 de Maio, que alguns empresários ainda não identificados podem estar a utilizar dinheiro fora do circuito bancário na presente campanha de comercialização da castanha de cajú.

António Serifo Embaló fez estas declarações numa conferência de imprensa, quando reagia à notícia avançada pela Associação Nacional dos Agricultores, segundo as quais a compra de castanha de cajú tinha oscilado em 650 Francos Cfa. (cerca de 1 euro) junto da báscula em Bissau, por parte de alguns empresários.

«No passado dia 4 e 5 de Maio apareceu-nos um fenómeno estranho a toda esta campanha, quando uma pessoa chegou a báscula para comprar castanha de cajú a 650 Francos cfa., e achamos que isto é estranho porque o preço de exportação para este ano não ultrapassa os 1,40 dólares (cerca de 1,20 euros) no mercado internacional», denunciou.

Perante esta situação, Serifo Embalo disse que se trata de uma situação de especulação e lavagem de dinheiro, tendo justificado que quem comprar castanha por este valor não tem dificuldades em revender por 200 ou 300 Francos Cfa. (0,30 euros) por quilograma.

Foi neste sentido que o governante informou que a regra da campanha de comercialização de castanha de cajú define que todo o dinheiro que circula durante a campanha deve passar pela via bancária.

O responsável pela pasta do Comércio apelou aos agricultores no sentido de venderem os seus produtos ao preço normal anunciado pelo Governo, ou seja, 300 Francos Cfa., em seguida classificando o preço de 650 Francos Cfa. como um preço fictício.

«De facto temos algumas indicações em como alguns empresários nacionais estão a colaborar com pessoas estranhas a esta campanha, introduzindo dinheiro que não sabemos de onde provém e as autoridades estão a seguir de perto de onde veio este dinheiro e como é que entrou no país», denunciou.

De referir que o Governo da Guiné-Bissau prevê exportar este ano perto de 200 mil toneladas de castanha de cajú, um dos maiores produtos agrícolas do país.

Sem comentários:

Enviar um comentário